Tão importante como a prática propriamente dita, é o estado com que nos apresentamos para ela. Para que possamos realmente compreender as coisas neste Universo novo que é o Dojô, precisamos entrar em um estado de sintonia com este ambiente, um estado que nos permita abertura para aprender e sinceridade para praticar.

Por esta razão, nos Dojôs do “DO CENTRO AO MOVIMENTO” existe uma cerimônia de abertura de cada aula, que é composta de duas partes: uma pequena meditação, seguida de uma seqüência de reverências.

Após o instrutor da aula convocar todos ao estado de concentração (mokuso), inicia-se um processo de harmonização com os Cinco Elementos – as forças da Natureza:

“TOCANDO O POLEGAR E O DEDO MÉDIO, ATIVANDO A ENERGIA DE TERRA” (Entoa-se a vogal óóóóó….)
“TOCANDO O POLEGAR E O DEDO INDICADOR, ATIVANDO A ENERGIA  DE  ÁGUA” ( Entoa-se a vogal uuuuu…)
“TOCANDO O POLEGAR E O DEDO ANULAR, ATIVANDO A ENERGIA DE FOGO”(Entoa-se a vogal iiiii..)
“TOCANDO O POLEGAR E O DEDO MÍNIMO, ATIVANDO A ENERGIA DE AR” (Entoa-se a vogal éééé…)
“TODOS OS DEDOS ENVOLVENDO O POLEGAR, O ÉTER”  (Entoa-se a vogal aaaaa….)

Esta seqüência foi adaptada por Kanashiro Sensei de um sistema de relaxamento desenvolvido por um médico húngaro chamado Zandor, cujo objetivo é o de melhorar a circulação dos cinco elementos, ajudando a centrar a pessoa.

Em nosso dia-a-dia agitado, muitas vezes chegamos no momento da prática da Arte contaminados pela confusão e pelo estresse; este é o momento em que nos reestruturamos, deixando nossos problemas e frustrações do lado de fora do Dojô.

Em seguida é feita a convocação para a entoação de um mantra:
“ASSUMINDO UM MUDRA DE ORAÇÃO…”
(Postura com as mãos unidas em atitude de prece, com os polegares unidos tocando o centro cardíaco.)
“BUDHAM, SHARANAM, GUECCHAM!
DHARMAM, SHARANAM, GUECCHAM !
SHANGAM, SHARANAM, GUECCHAM !
OM ! SHANTI ! SHANTI ! SHANTI !

Este é um mantra budista que é conhecido como o Tríplice Refúgio. Sua intenção é a de buscar refúgio no estado de Buda, uma condição latente de iluminação e perfeição, plenitude e sabedoria que todo o ser humano possui.

O significado das frases é o seguinte:
“EU BUSCO REFÚGIO EM BUDA”
(No estado de Buda, como explicado acima)
“EU BUSCO REFÚGIO NA LEI”
(Na ordem Natural e Divina da Vida Universal)
“EU BUSCO REFÚGIO NA COMUNIDADE”
(Na fraternidade de Mestres e Discípulos da Luz que cultivam em si e catalisam nos que estão prontos a Natureza de Buda – a plena iluminação e auto- liberação)
“OM” é a sílaba seminal, a origem do Universo manifesto.
“SHANTI” quer dizer Paz.

Quando entoado com sinceridade (coração e consciência unificados), este mantra reverbera poderosamente, estabelecendo uma atmosfera de respeito mútuo entre os membros do grupo.

Passado um tempo, o instrutor determina o final da meditação:
“MOKUSO YAME”

Seguem-se, finalizando a cerimônia, uma seqüência de reverências (REI), que abrem ou encerram, dependendo do caso, a aula propriamente dita:

“SHINSEI NI REI”
(Reverência ao altar – ao Sagrado – respeito pelo espírito e ensinamentos do Aikidô )
(Todos os participantes batem palmas duas vezes)

“KAISO SENSEI NI REI”
(Reverência ao fundador do Aikidô Ô-Sensei Morihei Ueshiba)

“O-TAGAI NI REI”
(Reverência recíproca)

No caso da aula estar começando, todos dizem:
“O-NEGAI SHIMASU”
(Por Favor ou, em tradução literal “Entrego minha vida em suas mãos”)

Caso a aula estar terminando:
“ARIGATOO GOZAIMASHITA”
(Muito obrigado, agradecido)

As palmas repetidas duas vezes simbolizam a unidade, MUSUBI. O primeiro bater de palmas envia vibrações ao mundo espiritual; o segundo, recebe o eco dessas vibrações e liga o seu espírito ao espírito do Fundador e à Consciência Universal. As vibrações que você emite e recebe dependem de suas próprias crenças e atitudes espirituais.